Segundo projeções do IBGE, em 2045 a população brasileira já começará a diminuir. Em 2060, um terço da população brasileira será formada por pessoas com 60 anos ou mais. Serão 73,5 milhões entre os 218,1 milhões habitantes do país.
O cenário de envelhecimento da população pode ser mais preocupante diante dos riscos de se perder o chamado bônus demográfico — quando há proporcionalmente mais jovens em idade ativa que crianças e idosos. Segundo o pesquisadores, o bônus deve começar a se fechar a partir de 2030, e o Brasil corre o risco de desperdiçá-lo. Com uma população envelhecida, há redução do contingente de pessoas no mercado de trabalho, o que reduz a capacidade de crescimento da economia. Este mesmo processo aconteceu com o Japão, que se tornou uma das maiores economias mundiais até 1990 e parou de crescer após envelhecer. Só que o país estagnou em um patamar elevado.
De acordo com especialistas, esta é uma questão socioeconômica que o país realmente não está preparado para enfrentar. Nem o setor público, nem as empresas, nem os próprios indivíduos – que ainda não têm a consciência plena de que irão viver, em média, até 90 anos – estão preparados.
Além das mudanças no âmbito econômico, a dinâmica familiar também sofre alterações ainda maiores no que se diz respeito à assistência aos idosos: haverá menos filhos para dividir as responsabilidades de cuidar dos pais, e será grande o número de filhos únicos, que deverão assumir sozinhos os cuidados dos pais como pessoas idosas.